Hoje proponho e convido você a pensar sobre o abstrato
O que é abstrato?
Abstrato é aquilo que não existe? É aquilo que não conhecemos? Ou aquilo que não deciframos?
Por definição abstrato é o que não é concreto.
Certo, mas que de certa forma pode ser concreto. Certo?!
Concreto a medida que definimos como tal, por exemplo, uma obra, como este quadro, pode ser abstrata, mas ela possui tantos elementos que facilmente podemos decifrá-la a partir das interpretações do que ela é... uma obra, uma arte, uma tela, um conjunto de cores, uma técnica de pintura... E tantas outras coisas que são em primeiro momento simplesmente abstrata, até que deixe de ser, e se torne algo, e passe a assumir outro valor, único, para cada um de nós.
Eu particularmente tenho grande fascínio pelo abstrato, o abstrato nos provoca.
Nos provoca a questionar, a decifrar, e até a tornar concreto o que não é, ao mesmo tempo nos permite tudo isso, a partir das perguntas que fazemos sobre algo, alguém ou evento.
Penso que somos abstratos de tantas formas e que só deixamos de ser ao passo que nos questionamos sobre nós mesmos. Afinal, quem somos? O que fazemos? Quais nossas responsabilidades sobre o que fazemos? Do que gostamos e porque gostamos? O que queremos e porque queremos? Será que realmente queremos?
São quantas as perguntas e tantas as respostas...
Penso que é através do deciframento desses abstratos que nos encontramos.
Um sonho é só um sonho, ou um conjunto abstrato, até que consigamos interpretá-los e decifrar o que o nosso inconsciente nos provoca a encarar.
Assim funciona a análise – de forma não abstrata, pautada na mais profunda teoria – mas provocando a produção do nosso conhecimento através dos questionamentos, sobre nossos “abstratos”.
Li recentemente a seguinte expressão, “Analista não é aquele que dá as melhores respostas. E sim aquele que provoca dúvidas pertinentes”. De outro profissional da psicanálise e não poderia concordar mais com relação a isso, é na análise que verdadeiramente nos questionamos.
Mas agora me conta, você já se sentiu “abstrato(a)?” Como foi para você?
Psicólogo Raul Ferreira Maldonado
CRP – 08/31575
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